sábado, 18 de agosto de 2018

Ao descobrir o amor


Ao descobrir o amor tudo muda. O passado mudo, as pessoas mudam, os outros “amores” mudam, você muda. Parece que tudo se torna novo e ainda mais intenso. Você redescobre a felicidade das conversas bobas e nas conversas sérias. Redescobre a paz que existe em mãos dadas num sofá no sábado à noite. Nos beijos roubados pelo corredor e nos abraços cheios de saudade. Parece clichê, mas o amor é clichê.
Quando se descobre o amor tudo o que já se viveu parece receber outro significado e ter outros sabores, outras sensações nas memórias, novas descobertas sobre algo já vivido. Parece que se abre uma cortina e você consegue ver as coisas de forma mais clara nos labirintos de lembranças e começa a perceber aquilo que ainda não fora percebido e dá ainda mais importância para as coisas importantes.
Poder viver no amor parece um sonho revivido a cada dia, a cada encontro, a cada conversa e a cada olhar. O coração pulsa mais forte, o corpo parece querer se tornar íntimo mais depressa do corpo do outro, os lábios parecem se encaixar perfeitamente, como se cada parte de si fosse feita para pertencer àqueles momentos e àquele outro corpo. Tudo se encaixa. Tudo se completa.
E você percebe o amor em uma taça de vinho na varanda, em uma conversa sobre assuntos infantis e sobre assuntos adultos, sobre a vida e sobre filmes, sobre psicologia, sociologia, marketing, vendas, gerenciamento de pessoas, carreira, política, sonhos, desenhos, besteiras, simplicidades do dia a dia, conversas. Percebe o amor num pote de azeitonas e num pacote de uvas passas. Em maratonas de filmes de terror, de desenhos confusos, de risadas sem fim. Percebe o amor em mãos dadas dentro de casa, em beijos no pescoço, em abraços na cozinha, em selinhos eternos no dia inteiro. Percebe o amor num almoço simples, numa mesa de bar, na cerveja dividida, na música de fundo e no quanto você se perde ao se perder dentro dos olhos dele. Olhos que você faz questão de afogar na sua imensidão e querer olhar cada vez mais.
O amor se revela no sorrir que se dá ao ver o sorriso dele. Aquele sorriso que faz seu coração derreter, suas pernas virarem gelatina, sua postura se perder e todas as borboletas do seu estômago despertarem. O sorriso que faz seu dia terrível e cansativo ter valido a pena e que diz “você é bem vindo”. Ah, esse sorriso. Que te faz perder a hora, que te faz perder o rumo, que te faz perder o sono e que te faz querer se perder nele.
E o amor ainda parece querer se revelar em coisas mais simples que parecem passar despercebidas. Mas o amor se faz presente e torna aquilo ainda mais especial. Como em um beijo de bom dia, uma mensagem de saudade, um pão de padaria sobre a mesa. Ou mesmo um passeio no supermercado, omeletes que não deram tão certo, um hambúrguer à noite, um cadarço branco, um terno marrom e uma companhia.
É uma verdadeira dádiva poder viver o amor. A cada dia. A cada hora. A cada minuto. E é preciso querer viver no amor e perceber as pequenas dicas dele, as horas que ele se faz presente e a agradecer por ter tido a honra, a sorte e a delícia de ter conseguido descobrir o amor. Redescobrir no amor. Se conhecer no amor.

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