sexta-feira, 3 de agosto de 2018

O príncipe de azul


Encontrei o príncipe de azul em uma mesa no fundo do bar. Estava escuro e mal pude ver seus olhos. Mas encontrei seu sorriso e logo nos encontramos. Uma conversa rápida, um pedido no cardápio, uma demora. A ansiedade que a fome trazia. Conversamos. Assistimos rainhas lutarem e dublarem. Rimos. Ficamos com raiva da mesma raiva. Finalmente o pedido. Comemos. Bebemos. E rimos. E novamente o sorriso. Já estava desarmado.
No meio de outra conversa o príncipe de azul passou suas mãos pela minha cintura. Meu corpo amoleceu na hora. E nos beijamos. O beijo mais intenso e perfeito que meus lábios já tinham experimentado. Minhas mãos puxavam sua cintura enquanto as dele dançavam pelo meu cabelo e meu pescoço. E meus lábios queriam mais. Não queriam deixar que aquele beijo parasse. A noite acabou. O príncipe de azul foi embora.
Fui para casa com um sorriso besta e mole no rosto. Continuamos a conversar. E no outro dia estávamos entrelaçados no sofá. As mãos se encontrando, os lábios casados, os olhares se cruzando, os dois corpos se tornando apenas um. E o príncipe de azul havia entrado no meu coração sem nem ao menos eu perceber. No fim da noite estávamos na varanda. Duas taças de vinho. Uma conversa fácil e agradável. Um assunto sem fim. E o sorriso.
O príncipe de azul se tornou presente todos os dias. Já não podia mais continuar meu caminho sem poder sentir suas mãos nas minhas, seus dedos entrelaçando os meus, seus lábios grudados nos meus lábios, seu corpo junto ao meu. E seu sorriso. Meu coração era dele. Não tinha como negar.
Nosso “eu te amo” veio junto no mesmo dia. E o príncipe de azul já era parte de mim e eu amava cada parte dele. Para meus olhos ele era perfeito em suas imperfeições. Tudo parecia estar no lugar certo e parecia estar pronto para estar nos mesmo lugares que eu. Suas formas, seus desenhos, seus cabelos. Seus braços que pareciam estar sempre ao meu redor, sua boca sempre ao meu alcance, suas orelhas sempre sensíveis quando a ponta do meu nariz roçava por elas. O príncipe de azul era perfeito. E como todo leão ele era um “gatão”. Um verdadeiro “reizão”.  E tudo estava perfeito. E tinha o sorriso.
Aprendi a amar o príncipe de azul com uma facilidade encantadora. Aprendi a dançar meus dedos pelo seu corpo e aprendi a deixar meus olhos se perderem no seu olhar. Aprendi que meu corpo respondia ao dele mesmo à distância. E presentes éramos ainda melhor. E o príncipe de azul inundou minha vida, minhas noites, meus dias, meu coração. Meu príncipe de azul com seus olhos de profundidade infinita e seu sorriso de vida e de amor.
O sofá era nosso recanto. As mãos sempre davam um jeito de se encontrar. O cafuné recorrente em seus cabelos. Os beijos roubados. Os filmes, as séries, os desenhos. Um hambúrguer sempre especial. As risadas fáceis. A intimidade pulsante em cada palavra, cada gesto, cada toque, cada “eu te amo”. E em cada pulo que meu coração dava sempre que via seu sorriso. Esse sorriso perfeito.
Meu príncipe de azul sempre me ensina coisas novas e sempre parece me levar adiante. Meu príncipe de azul me ensinou a amar.

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