quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

~ Lupina

                Acariciou minhas costas com a ponta dos dedos lascivos. As mãos rápidas e fortes percorreram a extensão do meu corpo semeando por ele uma plantação de arrepios infinitos. Meus lábios tremiam de leve, enquanto eu ofegava e era beijada. Os lábios de Marcos bebiam meu pescoço como se sua garganta pedisse por aquilo avidamente. Eu estava completamente em êxtase.
                Nossos corpos se misturavam e fundiam, enquanto braços apressados passavam de um para o outro e para o mesmo. Minhas unhas cravadas em suas costas quentes e largas, minha boca ofegava e minha garganta gemia languidamente, ao mesmo tempo em que as mãos ágeis de meu parceiro retiravam minha blusa e meu sutiã quase que ao mesmo tempo. Entreguei-me a um beijo forte e demorado, uma dança de línguas confusas, um hálito de desejo, enquanto meus dedos pediam pela abertura do cinto.
                Retirei o cinto e a fivela, abri o botão e a braguilha e enfim a calça. Marcos já estava com minha calça na metade das minhas pernas, enquanto esgueirava seus dedos pela micro-extensão de minha calcinha. Agarrei ao pedaço de carne que pulsava firme e duro dentro de sua cueca, enquanto beijava sua boca molhada que respirava com dificuldade um hálito morno. Suas mãos já estavam em minha cintura, me erguendo na parede. Segurei seu pescoço e nossas línguas já era uma só.
                Meu cabelo loiro pendia pelo meu rosto suado e se emaranhava pelo meu pescoço molhado, pela boca ávida, acortinavam meus olhos revirados e colavam no canto da boca aberta. Minha respiração ofegante e gemida, minha pulsação forte e descompassada, meu amante grande, forte e sedento. Um verdadeiro balé de desejos, carícias, volúpia. E mais um beijo sussurrado ao pé do ouvido e um gemido mais alto escapado pela minha garanta.
                Marcos me colocou com força no chão de madeira fria, seus lábios beijando cada parte que conseguia alcançar, descendo pelo meu abdômen, umbigo e tirando a calcinha úmida com os dentes. Meu corpo já não tinha controle. Pulsava, tremia e se contorcia enquanto recebia a carga intensa de prazer que a língua quente do meu homem trazia para minhas profundezas. Lançava minha cabeça para trás, gemia e levantava os quadris. Eu queria mais e mais e mais e mais e quanto podia receber e o máximo que poderia ter.
                Tornou a subir em uma peregrinação de beijos e lambidas, percorria as aureolas dos meus mamilos erguidos, chegando ao pescoço, ao queixo, a boca. Virei o jogo. Empurrei aquela montanha firme de músculos para o lado, me jogando em cima dele. Meus cabelos cascatearam para seu rosto, enquanto eu rasgava no canto da boca um sorriso safado. Segurei seus braços enquanto meus lábios descobriam o sabor de cada canto de pele e suor e músculos daquele corpo. Desci lentamente, lambendo languidamente o abdômen ofegante até chegar ao limite de sua cueca preta estufada que retirei com mãos rápidas e trêmulas. Já não havia espaço para timidez ou para ser recatada. Já estava possuída pelo espírito da prostituta que habitava minhas entranhas. Eu era uma loba. Não. Eu era uma puta.
                Abocanhei, sem demora, a sua extensão pulsante de carne ao mesmo tempo em que passava minhas longas unhas vermelhas pelo pedaço de corpo que podia atingir. Eu parecia uma criança mimada em uma loja de doces e pirulitos. Minha boca e língua se misturavam àquele membro rígido. Marcos gemia alto e se contorcia de prazer. Transamos loucamente e diversas vezes naquela noite. E quando o sol raiou, eu era uma Verônica suja e levemente arrependida. Minha cabeça deitada naquele peitoral firme subia e descia acompanhando a respiração do homem que dormia profundamente, mas não ousava erguer meus olhos azuis para olhar em seu rosto.
                Levantei felinamente da cama, me esgueirei para debaixo do chuveiro. A porta trancada, o corpo pesado, a água morna, as lágrimas salgadas. Sequei o corpo e o rosto enquanto a voz grossa e rouca de Marcos chamava pelo meu nome. Abracei-o novamente, sorri delicadamente, beijei suavemente. Despedimos-nos separadamente.
                Saí daquele motel, peguei um táxi, parei na avenida. Percorri lentamente a rua enquanto abutres em forma de homens olhavam meus seios fartos, minhas coxas grossas, minha cara desejosa e recebia assovios. Sorri e atravessei a rua com minhas botas altas, minha saia no joelho, minha blusa de seda rosa e minha aliança dourada.

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